Autores e análises

14 junho, 2008

Vamos a uma análise do estilo de escrita de cada colaborador, e como temos tantos vícios que nossas obras são facilmente reconhecidas.

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Modelos das Nações Unidas

11 abril, 2008

Olhando um pouco as quase-nulas estatísticas deste blog, me dei conta de um fato estranho: não há nenhum post sobre Modelos das Nações Unidas. Falamos sobre pessoas loucas, política nacional e internacional, direito, história militar, ficção científica, o submundo da internet, literatura, mas nunca sobre o Maravilhoso Mundo dos Modelos (expressão utilizada duas vezes no Representatives of the World, blog de lendas do cenário modelístico nacional, mas muito semelhante a uma usada pelo Umberto, professor louco de matemática do Poliedro).

Considerando-se que quatro dos cinco escritores do blog já participaram de modelos e estão, atualmente, organizando um deles, esse é um “erro” que deve ser remediado. Para não ficar parecendo jabá demais, não vamos falar sobre o PoliONU em si (ao menos não até o evento ter acabado). Ao invés disso, convido cada um dos outros co-autores a falar sobre sua experiência modelística e sua visão sobre tais atividades.

Não, Fábio, você não precisa postar.


A Construção do Mundo

6 abril, 2008

A linguagem é essencial para a criação do espaço geográfico. Ela permite a interação entre as diversas visões individuais de mundo, dando origem à sociedade humana. A evolução da linguagem permitiu ao homem alterar cada vez mais o espaço em que vive, conforme foram sendo criados novos meios para tal.

A evolução do conhecimento e da tecnologia tornou necessário o surgimento de novas linguagens, de novas formas de conceber o universo; tais conceitos, por sua vez, promovem grandes avanços no conhecimento humano. Para superar as limitações da matemática disponível em sua época, Newton (e, em paralelo, Leibniz) desenvolveu o cálculo integral e diferencial, originando um “boom” científico, que, por sua vez, foi essencial para Revolução Industrial que consolidou o lugar de destaque da Inglaterra no mundo no século XVIII; a Teoria dos Jogos de von Neumann, John Nash e outros teve impacto na economia e até mesmo na política.

Da mesma forma, as transformações sociais não deixaram de ter seus impactos na literatura e na arte, duas das linguagens mais célebres. A democracia, como disse Carlos Vogt, filósofo, é uma construção humana, desenvolvida paulatinamente por textos como a Declaração de Independência estadunidense e o Contrato Social de Rousseau; inversamente, o socialismo real, inspirado originalmente no Manifesto Comunista de Marx e Engels – e depois em Lênin, Mao e outros -, criou o realismo socialista como parte de sua tentativa de modificar o mundo.

O espaço geográfico, isto é, o espaço transformado pela ação humana, é criado a partir do uso das técnicas desenvolvidas pelo homem. A linguagem permite a criação e a propagação de novas técnicas, aumentando a capacidade de superar os obstáculos naturais, como no livro “Duna”, de Frank Herbert, em que os Fremen, povo que originalmente apenas se conformava com a vida no deserto, passaram a utilizar conhecimentos científicos trazidos por um planetólogo para transformar o deserto mundo de Arrakis em um paraíso verdejante.

A linguagem, sempre evoluindo, permite ao ser humano aprender e transmitir técnicas para alterar o espaço em que vive; isso, por sua vez, gera diversas implicações sociais, políticas e econômicas. Logo, é impossível dissociar a linguagem do estudo da sociedade ou da ciência.

EDIT: Crianças, não centralizar o título é feio e tira 0,2 da nota na FUVEST.


Sobre provas objetivas

19 agosto, 2007

No Brasil, todo mundo conhece provas objetivas. O vestibular é uma prova objetiva, toda escola tem alguma prova objetiva durante o ano, testes de fidelidade são feitos em forma de prova objetiva, caramba. A questão é quando essas provas começam a ficar idiotas.

Primeiro, o modelo brasileiro: sempre tem uma alternativa absurda pra mais, uma absurda pra menos e uma/duas aceitáveis (quando só tem uma, as questões são idiotas). A outra fica meia-boca, meio-termo, dá pra chutar se você não tiver noção nenhuma. Isso, de vez em quando, gera umas coisas totalmente absurdas.

Como, por exemplo, numa prova que eu fiz hoje.

A questão era sobre o contato entre muçulmanos e ocidentais (como se não houvesse muçulmanos ocidentais), e eis que me vem uma das alternativas dizendo que “os princípios islâmicos pregam a ocidentalização do mundo”. Caramba, que RAIO de alienado chutaria uma alternativa dessas!? Raios. É muito imbecil. Não ajuda a selecionar, é alternativa pra encher buraco. E como no sistema brasileiro as questões são só “certas” ou “erradas”, de que adianta?

Sério. Provas brasileiras são feitas para macacos. Não para brasileiros.


O Mundo é Mágico

17 agosto, 2007

Ou pelo menos pensei que fosse. Eu queria ter um tigre comigo.

Hem, hem. Depois da seriedade de The Son of Nothing, vem algo mais descontraído, o prometido (a quem, diabos?) post sobre o garoto de seis anos mais popular (não, não é o Cebolinha) do mundo (creio eu), nosso querido amado e idolatrado… Calvin!

“Certo, preguiça de clicar no link. Quem diabos é Calvin então?”

Creio que vocês, leitores, já devem ter lido jornal. Sonhar nunca é demais. Qualquer coisa o link está acima.

Este é nosso amigo Calvin.

Se ainda não o conhecem, recomendo “O Mundo é Mágico”, lançado no Brasil pela Conrad neste ano (2007).

Era para ser um review. Oh. Bem, descontração, descontração, temos que fingir seriedade.

Hem, hem. Calvin e Haroldo (Calvin and Hobbes no original) são uma dupla extremamente surpreendente e animada, composta por um garoto de seis longos anos de vida (embora suas histórias tenham durado dez anos) e um tigre antropomorfizado irônico e cardosístico, de uma existência duvidosa e comentários levemente apimentados demonstrando sua hesitação em relação a nossa querida e gloriosa humanidade.

Não há muitas palavras para descrever cenas como:

Calvin: Eu tinha três anos nesta foto. Olha esse sorriso!

Calvin: Ah, a arrogância da juventude! Aos três anos, eu achava que sabia tudo.

Haroldo: E vofê explefava todo efe conhefimento favendo afim.

Calvin: Hoje, a experiência de toda uma vida me deixou amargo e cético.

Críticas à sociedade moderno de consumo (oh, que termo comunista!) com sua variedade insuportavelmente grande, telemarketing e até à arte:

Calvin: A arte não é uma questão de idéias. É uma questão de estilo.

Calvin: O ponto mais crucial ao optar por uma carreira é escolher um bom “ismo”, para todos poderem rotular você sem entender sua obra.

Haroldo: Você faz desenhos bobos na calçada.

Calvin: Isso. Sou um pós-modernista suburbano.

Haroldo: E quem não é?

Calvin: Eu ia ser um neo-desconstrutivista, mas minha mãe não ia deixar.

E mais oito quadrinhos em sequência abordando o tema. É definitivamente essencial para fãs de quadrinhos, críticas, ou qualquer pessoa que simplesmente queira se divertir um pouco.

Obs: É recomendável que não trate este livro como infantil. Um do maiores sofrimentos das comics é exatamente essa abordagem de “infantil” adotada várias vezes, embora tenhamos Sandman, Watchmen, Stardust, Preacher, entre outros, para demonstrar o lado maturo dos quadrinhos.

Creio que custou R$30~~40, com 172 páginas (incluindo as quatro capas) e com várias histórias em cores (as de domingo), papel de qualidade exemplar e formato grande (não sei o nome), parecido com 300, mas menor (algo como um caderno de desenho, talvez pouco mais que uma sulfite virada). Nenhum erro foi avistado durante a leitura, assim como também nenhuma história ruim. Mas isto pode ser apenas talvez fanboyzice.

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